Um advogado e um ex-funcionário público foram presos nesta segunda-feira (17) durante uma operação da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DRFRVA). Segundo a polícia, o grupo era especialista em aplicar golpes envolvendo máquinas agrícolas. O terceiro suspeito estava preso desde o fim de junho.
Foram presos nesta fase
- Carlos Alexandre Batista Ferraz – advogado
- Thuhaarlenn Bonney Brasil Nunes Araújo – ex-servidor administrativo penal
A defesa de Carlos Alexandre disse que não iria se manifestar neste momento. Os advogados de Thuhaarlenn ainda não foram localizados. A Ordem dos Advogados (OAB) foi procurada, mas não se manifestou. A Secretaria de Cidadania e Justiça disse que Thuhaarlenn não é servidor.
A operação foi coordenada pelos delegados Rossilio Souza Correia e Ronan Almeida Souza. Além das prisões, foram cumpridos três mandados de buscas e apreensões nos imóveis dos investigados.
O advogado Carlos Alexandre foi preso durante o fim de semana em Araguaína. Thuhaarlenn Bonney, chamado pela PC de ex-agente prisional, tem 32 anos e foi preso em uma casa na quadra 704 Sul, em Palmas durante a manhã.
Além dos dois suspeitos, está detido desde o dia 27 de junho o investigado Willian Jonathan Trevisan, de 41 anos, apontado como principal executor dos golpes. O g1 ainda tenta contato com os advogados dele.
O esquema
A polícia afirma que o grupo foi responsável por dezenas de estelionatos no Tocantins, sendo que a maioria relacionada a compras e venda de tratores e máquinas agrícolas com cheques sustados, sem fundos e documentos falsos.
O advogado é apontado como mentor intelectual, enquanto os outros dois seriam coautores e executores.
O grupo, segundo a polícia, procurava tratores e máquinas agrícolas em anúncios ou sites de revendas. Eles faziam a compra e pagavam com cheques. Depois, sustavam os cheques e revendiam os tratores até pela metade dos preços. O dinheiro era dividido entre os suspeitos.
As investigações também apontaram que o advogado também tinha como função blindar o suspeito apontado como principal executor, de possíveis processos e ameaças das vítimas.
Os últimos crimes praticados, segundo a polícia, ocorreram entre os meses de fevereiro e maio de 2023. O grupo comprou um trato de R$ 780 mil em uma concessionária de Palmas supostamente usando documentos falsos.
Também compraram um trator e uma máquina agrícola na cidade de Dois Irmãos e Lagoa da Confusão, usando cheques sustados. O prejuízo às vítimas foi de R$ 480 mil.
Além desses crimes, a polícia afirmou que o grupo teria usado cheque sustados para comprar tratores em Aliança do Tocantins, Natividade e Novo Acordo, entre outros casos que são investigados. Os investigados foram indiciados por estelionato eletrônico, estelionato qualificado na forma continuada, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Munições e armas
Em uma casa do advogado na quadra 304 Norte, em Palmas, a polícia encontrou 396 munições deflagradas de calibre 9mm, além de 50 munições intactas do mesmo calibre, máquina de cartão, computadores, HDs e 16 folhas de cheques, entre outros objetos.
A operação foi realizada pela DERRFVA, Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) e outras delegacias.
O suspeito preso nesta segunda-feira (17) foi mandado para a Unidade Penal Regional de Palmas, onde se juntará ao primeiro preso na operação. O advogado preso no domingo (16) em Araguaína também deverá ser transferido para a capital
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