Segundo o especialista Rodrigo Balassiano, a custódia tradicional de ativos financeiros tem sido um pilar fundamental no mundo dos investimentos, oferecendo segurança jurídica e organização para investidores. Mas com o avanço da tecnologia e a crescente demanda por processos mais ágeis surge uma questão relevante: será que a custódia tradicional ainda é a melhor opção? Neste artigo, exploraremos os prós e contras dessa prática ao responder perguntas essenciais sobre sua eficácia, conveniência e futuro.
A custódia tradicional realmente garante mais segurança?
A principal vantagem da custódia tradicional está na estrutura robusta que ela oferece. Instituições financeiras especializadas garantem proteção contra fraudes, extravios e erros operacionais. Além disso, a segregação de ativos entre investidores e instituições reduz riscos sistêmicos. Contudo, essa segurança vem acompanhada de rigidez, o que pode limitar a flexibilidade dos investidores em momentos de alta volatilidade ou oportunidades rápidas no mercado.
Por outro lado, Rodrigo Balassiano explica que a percepção de segurança absoluta nem sempre se concretiza. A centralização dos ativos em poucas instituições cria pontos únicos de falha, tornando-as alvos atrativos para ataques cibernéticos. Embora medidas rigorosas sejam adotadas, nenhum sistema é completamente à prova de vulnerabilidades. Assim, questiona-se se o custo elevado da custódia tradicional justifica os níveis de segurança oferecidos, especialmente quando alternativas descentralizadas ganham espaço.
Quais são os custos reais da burocracia na custódia tradicional?
Os processos envolvidos na custódia tradicional são frequentemente marcados por etapas demoradas e exigências documentais extensivas. Para muitos investidores, isso representa uma barreira, especialmente aqueles que buscam agilidade em suas decisões financeiras. Taxas administrativas e operacionais também podem pesar no orçamento, reduzindo a rentabilidade líquida dos investimentos.

Ademais, a burocracia excessiva pode desestimular novos entrantes no mercado financeiro. Pequenos investidores e startups, por exemplo, podem encontrar dificuldades para acessar serviços de custódia tradicionais devido aos altos custos e complexidade. Rodrigo Balassiano expõe que isso levanta debates importantes sobre a democratização do acesso a ferramentas financeiras e a necessidade de modernização desses sistemas para atender às demandas de um público mais diversificado.
A custódia tradicional tem futuro em um mundo digital?
Com o surgimento de tecnologias como blockchain e criptomoedas, o conceito de custódia está sendo repensado. Soluções descentralizadas oferecem transparência e controle direto aos investidores, eliminando intermediários e reduzindo custos. Essa tendência tem chamado a atenção de investidores que valorizam autonomia e inovação. Contudo, a falta de regulamentação completa em algumas áreas ainda gera desconfiança.
No entanto, a custódia tradicional não deve ser descartada tão rapidamente. Muitos investidores institucionais continuam preferindo a confiabilidade e o histórico das instituições tradicionais. Rodrigo Balassiano destaca que para permanecerem relevantes essas organizações precisam integrar tecnologias digitais e simplificar seus processos. O futuro pode ser híbrido, combinando o melhor dos dois mundos para atender às necessidades de diferentes perfis de investidores.
Repensando o balanço entre segurança e eficiência
Ao final, fica claro que a custódia tradicional ainda possui méritos significativos, mas enfrenta desafios crescentes em um mundo cada vez mais digitalizado. Enquanto a segurança continua sendo uma prioridade, a burocracia excessiva e os custos elevados podem limitar sua atratividade. Para evoluir, o setor precisa encontrar um equilíbrio entre proteção e eficiência, incorporando inovações sem comprometer a confiança dos investidores.
Autor: David Brown